Vendo bem as coisas... a minha própria vida foi-se encarregando de armadilhar-me a vida. Não sei se fui eu que a deixei fazer-me tanto mal. Acho que isso nunca saberei. Sei sim que a cada passo que dou já ouço o estrondo do próximo, no campo minado que vou percorrendo. Tenho medo de andar.
Esta mania de querer sem poder. Querer sem poder e também querer sem poder. Porque quem quer sem ter poder, não tem. E quem quer o que não pode ter, também não terá. A vida é fria, afinal. É talvez a força...
E não quero para ninguém aquilo que a vida me fez. Só posso ser a mão que agarra, o corpo que liberta, o mar que dilui. Aquilo que ela nunca foi para mim.
Um dia a vida vingar-se-á dela própria.