sábado, janeiro 15, 2005

4 e 13 da manhã

Vendo bem as coisas... a minha própria vida foi-se encarregando de armadilhar-me a vida. Não sei se fui eu que a deixei fazer-me tanto mal. Acho que isso nunca saberei. Sei sim que a cada passo que dou já ouço o estrondo do próximo, no campo minado que vou percorrendo. Tenho medo de andar.
Esta mania de querer sem poder. Querer sem poder e também querer sem poder. Porque quem quer sem ter poder, não tem. E quem quer o que não pode ter, também não terá. A vida é fria, afinal. É talvez a força...
E não quero para ninguém aquilo que a vida me fez. Só posso ser a mão que agarra, o corpo que liberta, o mar que dilui. Aquilo que ela nunca foi para mim.

Um dia a vida vingar-se-á dela própria.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A vida atrapalhou-se. A morte foi-lhe ao goto, ou o tédio, ou a solidão, ou o esquecimento. Balbuciar. Permanente balbuciar, ou encostar-se à cadeira e ficar a ouvir a música. Já soou o apito, as portas vão fechar-se. Segues até à próxima estação? Senhor Roubado? Ou antes que se fechem desatas a correr e a subir escadas ao encontro da tua respiração? Agora respire fundo. Calma, primeiro preciso de espaço. Tenho de tirar daqui muita coisa. Preciso de espaço para desatar a correr.


00-34-XC

3:40 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Era aquilo que eu te dizia: era bom ... sem ninguém dar por isso. Estou cá e estou contigo. Estes pensamentos aplicam-se unicamente à minha pessoa como de resto sabes. E são temporários.

14-12-1974

11:14 da tarde  
Blogger Dedo said...

Tudo é temporário na vida. E o que escrevi é apenas um heterónimo a reflectir, a manifestar-se. Acredito que os seres são múltiplos. Não sei é se é verdade.

Mas no fim todos acabaremos por ser vítimas da vingança implacável da vida sobre ela própria. Ou não?

3:49 da tarde  

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